Novo Sneak Peak de Blade Runner 2049, Entrevista com Roteirista Michael Green

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Novo Sneak Peak de Blade Runner 2049, Entrevista com Roteirista Michael Green

A PlayStation Store dá uma olhada exclusiva no esperado filme.

A PlayStation Store tem uma prévia inédita e exclusiva de Blade Runner 2049.

Para celebrar, conversei com o roteirista de Blade Runner 2049 Michael Green para saber mais sobre a aguardada continuação de um de meus filmes favoritos, que chega hoje aos cinemas.

PSB: Como você descreveria, com uma frase, a trama do Blade Runner original para alguém que nunca assistiu?

Minha tentativa seria: “um assassino contratado para ‘aposentar’ andróides renegados eventualmente descobre que os andróides podem ser mais humanos do que ele.”

MG:Gostei da sua, mas mudaria assassino para “tira.” Meus talentos não estão em resumos de uma linha, deixo outras pessoas escreverem isso. Toda vez que tento, acabo com cinco páginas [risos].

PSB: Qual dos temas de Blade Runner mais ressoaram com você, pessoalmente? Como você buscou explorar eles em 2049?

MG: Um dos primeiros temas nos quais me concentrei foi quantidade de vida versus qualidade de vida. Quais são as crenças e ações que dão sentido à vida? E a que ponto uma vida se torna vida humana?

Ao contrário sobre como estender a vida curta que me foi dada, que era um dos temas do primeiro filme.

PSB: O filme original é tão icônico e duradouro que deve ter sido assustador encarar o roteiro de uma continuação. Como você lidou com isso?

MG: Toda vez que você escreve algo, em algum momento você se dá permissão para falhar – ou ter sucesso, em um mundo ideal [risos]. Ajudou o fato de ter recebido permissão para tentar de Ridley Scott. Isso me deu a chance de tentar. E então ele me encorajou a continuar.

Quando você recebe uma oportunidade para escrever Blade Runner… tem tantas armadilhas que você quer evitar. Deixe os problemas criativos serem seus problemas, não seus problemas de personalidade [risos].

PSB: Ao escrever 2049, qual foi sua abordagem para a atmosfera noir do primeiro filme? Você teve medo de deixá-lo “noir demais”?

MG: Não acho que existe noir demais – é calda de chocolate quente no sorvete. Eu cheguei [para escrever Blade Runner 2049] sabendo que tinha um buraco na minha educação com noir clássico. É uma das coisas mais divertidas de começar um novo projeto – você precisa se transformar em um roteirista capaz de completar o trabalho.

Comecei lendo os grandes – Chandler, Cain… e me certifiquei de continuar lendo enquanto escrevia, e adorei tudo. Você consegue ler até sentir que internalizou as tendências do noir, mas não tanto que você internalizou as vozes – esse não é o objetivo. Você se permite metabolizar isso e então ver o que sai na caneta.

PSB: Você considera Blade Runner 2049 um filme noir?

MG: Deixarei isso para o público. Foi escrito com uma pegada noir, mas a plateia é quem vai me dizer se veem essas vozes lá.

PSB: Ao escrever Blade Runner 2049, você revisitou o material fonte do filme original — o romance de Phillip K Dick Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas?

MG: Para falar a verdade, não. Me deram o livro várias vezes. Eu amo o filme Blade Runner, me marcou de uma forma permanente. O romance não é o filme… toda vez que tento ler, sinto que é versão errada de algo que amo. Não foi algo que queria depender ao criar Blade Runner 2049. Eu queria referenciar Blade Runnner, não Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas.

É engraçado, porque o romance vem antes de tudo. Mas a adaptação de Hampton Fancher e David Peoples criaram com Ridley Scott é tão… é tamanha recriação. Blade Runner 2049 fica muito mais próximo do Blade Runner original do que Blade Runner faz com ASCOE.

PSB: E os romances que saíram nos anos 90 de K. W. Jeter? Foram referenciados em algum momento?

MG: Novamente, não. Sei que existem. Não estou ciente de nada sobre eles. Acho que a única coisa que sei é que Rick Decker é o protagonista de todos. Alguém me disse isso. Conheço gente que adora eles.

PSB: Blade Runner é um dos meus filmes favoritos, e preciso admitir que fiquei preocupado quando soube que uma continuação estava em produção – é quase como descobrir que estão fazendo “Casablanca 2.” O que você diria para acalmar minhas preocupações?

MG: É um malabarismo complicado. Sabíamos que causaria um alarde, mas somos alarmistas cuidadosos. Todos nós somos fãs do filme. Ridley Scott toma muito cuidado com seu legado, e todos envolvidos não querem nada além de proteger esse legado… e, com sorte, expandir tal legado.

Existem fãs empolgados, e também existem fãs que expressam seu amor através de cinismo. Se você decidir odiar [Blade Runner 2049] porque ele existe, não tenho como te ajudar. Se você estiver disposto a dar uma olhada, acho que você verá que parte desse cinismo pode desaparecer.

Algo que me deixou confiante para tentar: todo mundo envolvido nesse filme, de cima a baixo, eram todos fãs dos filmes e estavam cientes do seu valor. Eles foram falar com Ridley antes de mais nada para dar sua benção e influência; ninguém viu isso como oportunidade de se aproveitar financeiramente, vamos-criar-um-universo-cinematográfico e vender bonequinhos. Eles só queriam fazer um grande filme, e tive muita sorte em ser convidado para participar.

PSB: Pergunta importante: no Blade Runner original, você é à favor ou contra a narração em off?

Hmm… [risos] acho importante a existência de ambas versões. Grande parte do que é tão fascinante no nome BR é que não se refere a um filme. Quando você fala sobre seu amor por ele com outros, você precisa ter essa conversa.

Qual deles é meu favorito é menos importante para mim do que as pessoas terem que perguntar isso. Muitas vezes, corresponde à versão que viram primeiro.

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