Após a coletiva de PlayStation no Brasil Game Show, tivemos a oportunidade de entrevistar Mark Stanley, gerente geral da marca para a América Latina. Conversamos sobre os planos para o Brasil, e o executivo também respondeu a diversas questões levantadas pela comunidade do PlayStation.Blog BR, como dublagem, preços, conteúdo da PlayStation Store nacional e outras. Confira abaixo a entrevista.
PlayStation.Blog BR: Fale um pouco sobre a linha de jogos PlayStation para final do ano e início de 2012.
Mark Stanley, gerente geral de PlayStation para a América Latina: Nós temos muitos grandes jogos chegando. Obviamente, UNCHARTED 3 é o jogo mais esperado do ano, e nós temos muito orgulho de oferecer este lançamento simultaneamente em todos o continente americano, incluindo o Brasil. O jogo está sendo fabricado localmente, e é totalmente localizado em português brasileiro. Em seguida temos Medieval Moves: Deadmund’s Quest, também 100% localizado em português brasileiro. Este título para PlayStation Move sai em novembro, mas ainda estamos definindo o dia exato. E esses são os maiores lançamentos para este final de ano.
Para o início de 2012, com certeza o anúncio mais esperado é a data exata do PlayStation Vita. O que está definido é que ele sai no começo do próximo ano e que terá uma linha de jogos excelentes. Será um lançamento realmente forte.
PSB: Por falar em UNCHARTED 3, muitos fãs criticaram a qualidade da dublagem brasileira, dizendo que ela não soa natural em português. O que você tem a dizer sobre a qualidade dessa dublagem?
Mark: Bem, novamente, a nossa prioridade máxima é garantir que a qualidade seja a melhor possível, que seja a melhor solução de localização que podemos oferecer. Tivemos boas experiências com Killzone 3 e inFAMOUS 2. Por outro lado, estamos no início deste trabalho, e tenho certeza de que faremos cada vez melhor com o tempo. Temos pesquisado mais estúdios que podem nos ajudar com a localização, já que é bom ter mais opções, não ficar limitado a uma única escolha, para que possamos escolher dubladores etc.
Tenho certeza absoluta de que a dublagem de UNCHARTED 3 é fantástica, e isso irá se mostrar no produto final. Quanto mais opiniões recebermos dos consumidores, mais poderemos evoluir e fazer um jogo melhor. Para nós, seja um feedback positivo ou negativo, isso sempre nos ajuda a fazer produtos melhores.
PSB: E quanto à dublagem de Medieval Moves: Deadmund’s Quest, quando teremos um trailer para poder conhecê-la?
Mark: É uma boa pergunta. Teremos algo dentro de poucas semanas. Não tenho ainda a programação exata, mas com certeza teremos algo pronto e será bem bacana para vermos o resultado.
PSB: Em relação aos preços, os consumidores esperam um patamar cada vez mais acessível para jogos e consoles. O que a Sony tem feito para reduzir os preços?
Mark: Esta não é exatamente uma questão sobre o que a Sony tem feito agora, mas sobre o que a empresa tem feito ao longo dos últimos dois anos. Se você se lembra, os lançamentos para PlayStation 3 há cerca de um ano e meio eram vendidos a R$ 299, então chegamos e conseguimos reduzir para R$ 249, e hoje temos os lançamentos chegando por R$ 199. Temos conseguido diminuir os preços cada vez mais.
Ao mesmo tempo, temos investido na indústria, em parceiros no varejo, para garantir que tenhamos mais promoções e mais acessibilidade aos consumidores nas lojas. Sentimos que é nosso papel fazer esse investimento, dar suporte à indústria e fazê-la crescer e atingir um nível mais maduro. E nossa prioridade máxima, como já mencionei, é conseguir reduzir os preços cada vez mais. Sempre que possível, nós faremos isso.
PSB: Alguns jogos da própria Sony Computer Entertainment têm sido lançados no Brasil dias ou semanas depois do lançamento nos EUA. Como podemos melhorar isso?
Mark: Isso é um desafio operacional para nós. Para conseguir fabricar os produtos localmente, você precisa de peças específicas para o processo de duplicação dos discos. Algumas vezes, como você sabe, o desenvolvimento de um jogo costuma acabar dois meses antes do lançamento, e às vezes o desenvolvimento só é concluído 15 dias antes da data de lançamento. É uma escolha dos desenvolvedores, que às vezes precisam de um tempo extra para verificar se tudo está mesmo perfeito, se não há bugs ou outros erros que precisam ser corrigidos antes de o produto ser finalizado.
Então, dependendo das circunstâncias de cada título, muitas vezes nós conseguimos lançar no mesmo dia em todos os países das Américas, e em alguns casos nós temos um atraso de cerca de uma semana. Mas isso depende dos desafios operacionais que variam de título para título, e nós estamos trabalhando para garantir que não tenhamos esse problema de atrasos no futuro. Novamente, é um processo em andamento: você começa a fazer algo, vai se aprimorando e, antes que perceba, já tem o processo dominado. É o nosso objetivo.
PSB: Há três meses tivemos um novo passo na evolução da PSN no Brasil com o lançamento da PlayStation Store. De lá para cá, como tem sido o desempenho da PSN brasileira?
Mark: A PSN no Brasil tem sido absolutamente bem-sucedida de duas maneiras. A primeira é que mais de 94% dos usuários brasileiros da PlayStation Network voltaram a acessar a nossa rede, e isso mostra a confiança dos usuários no nosso serviço após o retorno à normalidade. Nós reconstruímos a estrutura da PlayStation Network e reforçamos a sua segurança.
O segundo fator é que, após o lançamento da PlayStation Store, mais e mais conteúdo é lançado todas as semanas. Ainda não chegamos ao nível da PS Store americana em quantidade de jogos ainda, mas nós continuaremos ampliando o portfólio semanalmente. No futuro, nosso objetivo maior é ter um canal latinoamericano e um canal brasileiro onde os usuários possam baixar conteúdos como, por exemplo, novelas brasileiras, séries de TV, mais jogos e expansões. O processo evolucionário ainda chegará a esse nível, não vamos perder o foco nisso.
A marca PlayStation não está aqui só para fazer anúncios para hoje, mas sim pensando nos benefícios a longo prazo para os consumidores e para a própria indústria de games. Como você tem visto, nós fizemos muitas coisas por aqui nos últimos dois anos, mas ainda temos muito o que fazer.
PSB: Algumas produtoras third party ainda não distribuem seus títulos na PlayStation Store brasileira. Os usuários esperam ansiosamente por conteúdos dessas empresas, principalmente dos grandes nomes como Electronic Arts, Activision, Rockstar Games, entre outras. Como é o processo para que essas empresas passem a lançar jogos digitalmente por aqui?
Mark: Para nós é muito importante garantir que todas as empresas third party tenham seus jogos na PlayStation Network. É um processo pelo qual estamos passando agora, é uma questão de direitos de distribuição digital. Precisamos conversar com cada produtora para fecharmos os contratos, de maneira que tenhamos os direitos para publicarmos os conteúdos dessas empresas na PlayStation Store. Isso é algo que temos feito diariamente e, se você visitar a PS Store semanalmente, verá que cada vez temos mais títulos e novas produtoras third party. Chegaremos a um ponto em que todas elas terão todos os seus títulos na loja digital brasileira.
PSB: A PlayStation Store brasileira tem diversos conteúdos com preços bastante acessíveis, mas alguns títulos específicos têm um preço bem mais alto. Como os preços são decididos quando um produto é disponibilizado digitalmente?
Mark: Há diversos fatores que influenciam os preços na distribuição digital via PlayStation Store, e são fatores diferentes dos que determinam os custos de produtos físicos. Como você sabe, os jogos em disco nós fabricamos localmente, então temos alguns incentivos fiscais. Já no ambiente digital, é algo mais complexo, que depende de qual é a produtora ou de onde os servidores estão localizados e coisas assim.
Mas, novamente, nós queremos resolver essa questão de paridade. O ideal é que os jogos estejam num nível próximo de preço. Os jogos em disco podem tem algum custo adicional incidindo sobre eles, então é possível que ainda haja alguma diferença entre os títulos físicos e digitais.
Repito, não estamos apenas buscando soluções internamente na Sony e PlayStation, mas também junto a políticos, junto à Receita Federal que determina os impostos etc., para garantir que tenhamos preços mais baixos tanto nos produtos físicos quanto nos digitais.
PSB: Atualmente, a única maneira de os usuários brasileiros adicionarem fundos a suas contas da PlayStation Network é usando cartões de crédito internacionais. Quando teremos mais opções, como cartões da PSN?
Mark: Temos trabalhado com parceiros locais para que os consumidores brasileiros tenham acesso a cartões pré-pagos da PSN ou que possam também usar cartões de crédito nacionais. São opções que vamos oferecer. Ainda não temos uma data específica, mas já temos conversado há muitos meses com parceiros para fazer isso acontecer.
PSB: E quanto à assinatura PlayStation Plus, alguma previsão de lançamento por aqui?
Mark: Também é algo que queremos lançar no Brasil. Há muitos benefícios em assinar o PlayStation Plus, como testes exclusivos e conteúdo extra, então realmente é algo que queremos oferecer. Mas, antes, precisamos garantir que haja bastante conteúdo para que mais pessoas se beneficiem das vantagens do PlayStation Plus.
PSB: E em relação ao lançamento da PlayStation Home, já temos data ou detalhes sobre localização?
Mark: Ainda não tenho certeza se a PlayStation Home estará ou não 100% localizada logo no lançamento brasileiro. Obviamente, este é o objetivo, mas não sei exatamente quanto tempo levará para chegarmos lá. É possível, por exemplo, que lancemos o serviço em inglês e traduzamos posteriormente, para que a PlayStation Home evolua até estar em português brasileiro. Teremos mais detalhes sobre os planos para PlayStation Home nos próximos meses. No momento, ainda não temos uma data específica de lançamento.
PSB: Você disse durante a coletiva que o PlayStation Vita chegará ao Brasil no início de 2012, mas há alguma chance de esse lançamento acontecer simultaneamente aos EUA?
Mark: Este sempre é o objetivo. Os desafios que enfrentamos com o lançamento de hardwares até aqui é que precisamos adequar os produtos de acordo com normas do Governo. Precisamos passar por etapas de testes de comunicação sem fio, de energia e coisas assim. Então nosso objetivo maior é concluir essas etapas e conseguir lançar no mesmo dia do lançamento nos EUA, ou ao menos bem próximo. Ainda não temos essa data específica, porque há uma série de fatores fora do nosso controle, como as agências reguladoras do Governo, que ainda precisam ser definidos.
PSB: Teremos ambos os modelos do PlayStation Vita no Brasil?
Mark: Inicialmente lançaremos apenas o modelo com conectividade wi-fi, e posteriormente vamos disponibilizar o modelo com wi-fi e 3G. Estamos trabalhando com diferentes parceiros para oferecer os pacotes de dados 3G, não apenas no Brasil, mas no resto da América Latina também.
PSB: Alguma chance de termos algum jogo de lançamento do PlayStation Vita em português brasileiro?
Mark: Sim, 100% de chance. Ainda não posso dizer quais títulos especificamente, mas, assim como no PS3, queremos oferecer todos os grandes lançamentos totalmente localizados. Você viu hoje aqui títulos importantes para PS Vita como UNCHARTED: Golden Abyss, LittleBigPlanet e ModNation Racers. Queremos oferecer esses títulos em português brasileiro. Não posso dizer no momento quais títulos serão localizados, mas você verá muitos deles futuramente.
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