Lembro claramente da primeira vez em que vi o trailer de estreia de DmC: Devil May Cry. Minha reação não foi das melhores. E o novo Dante nem era o problema. Na verdade, achei o visual dele bem bacana, até. O lance é que joguei um pouco de cada Devil May Cry, mas nunca terminei nenhum. Logo, fazia – e ainda faço – comparações com Bayonetta, também criado por Hideki Kamiya.
A convite do nosso amigo Fabio Santana, atual Gerente de Relações Públicas da Capcom no Brasil (você já sabia, certo?), tive a chance de testar uma versão quase final do jogo por umas quatro horas. Fui o mais longe que consegui durante o teste e saí em estado de êxtase total, indignado por ter de esperar até janeiro para colocar as mãos em Dante novamente. Abaixo você confere a minha experiência com esse novo Dante. Fique sussa: o texto está livre de spoilers!
Ousadia Sem Limites
A apresentação do jogo é extremamente provocante, recheada de cenas picantes, mulheres bonitas e um Dante pra lá de safado. Eu não precisaria provar isso para quem viu o trailer do jogo, mas já na primeira cena, ele aparece peladão enquanto recebe a visita de Kat, uma jovem que quer ajudá-lo a fugir dos demônios. A conversa mal termina e o primeiro chefe do jogo, chamado Caçador, começa a destruir um parque de diversões inteiro em busca de Dante. O monstro arremessa o trailer de Dante, que pula para dentro e veste suas roupas no ar.
Esta primeira fase, na verdade, é um grande tutorial. Você aprende combos básicos e a utilizar suas armas de combate – as duas pistolas Ebony & Ivory e a espada Rebellion –, além de esquivar e aparar os golpes dos inimigos. A batalha contra o Caçador é a prova final para testar estas habilidades. O bicho corre por todo o cenário, destrói tudo, sobe em postes e arremessa coisas em você. Isso quando VOCÊ mesmo não é arremessado.
O capítulo seguinte apresenta Vergil, o irmão gêmeo – e mais recatado – de Dante. Após as devidas apresentações e o blábláblá familiar, o herói recebe mais três armas: o machado demoníaco Arbiter, a foice angelical Osiris e os chicote Ophion, nas versões demoníaca e angelical. O machado Arbiter faz movimentos mais lentos e bem devastadores, enquanto a foice Osiris executa combos com mais rapidez, embora mais fracos. Uma fase dentro do capítulo ensina as artimanhas básicas dos chicotes. A versão demoníaca de Ophion serve para agarrar objetos ou inimigos e trazê-los até você, enquanto a versão angelical serve como um gancho, levando você até os inimigos ou fazendo você saltar por plataformas.
Em seguida fui levado até a fábrica do Virility, um energético muito popular no mundo do jogo. Aqui, é possível seguir por múltiplos caminhos, com inimigos diferentes e exigindo métodos específicos para avançar, variando, principalmente, entre as versões angelical e demoníaca do Ophion. O final da fase leva a uma das partes mais engraçadas do teste: a batalha contra Succubus. Sério, nunca enfrentei um chefe que falasse tanto palavrão quanto essa criatura grotesca. Nem mesmo em God of War.
A batalha acontece em um ambiente inundado por lava. O objetivo é desprender Succubus das correntes que a seguram e torrar o traseiro gordo dela. Claro, não é tão fácil assim – seja cuspindo ácido ou atacando com suas patas, ela faz de tudo para acabar com você. Sua habilidade com os chicotes também é colocada à prova, já que, muitas vezes, é necessário alternar entre as plataformas quando elas ficam inundadas por vômito ácido ou são destruídas pela inimiga.
Em seguida, fui levado a um mundo subterrâneo, onde é necessário fugir dos metrôs mais velozes do universo. Mais além, você encontra um demônio velho, chato e resmungão que está sendo atacado por um enxame de Harpias. Elas roubaram a metade do rosto do velho, o que explica o motivo de tanta reclamação. No ninho das Harpias, recuperei e devolvi a metade perdida do rosto do velho instantes antes de o teste acabar. Saí do escritório da Capcom contra a minha vontade. Passaria mais umas dez horas jogando se pudesse.
Os Demônios VÃO Chorar
Ao matar inimigos, você pode receber orbes vermelhas, que dão pontos para gastar comprando itens, ou verdes, que recuperam um pouco de energia de vida. Em todas as fases, é possível encontrar chaves de cobre, prata e ouro que abrem portas que levam a desafios. O único que eu consegui completar me deu o item chamado Fragmento de Cruz. Com quatro desses você consegue aumentar 10% da sua energia de vida.
Os inimigos mortos também enchem uma barra branca que, quando cheia, garante pontos de habilidade. Cada ponto pode ser gasto no final de cada fase para melhorar seus movimentos, saltos, combos, armas e tudo mais. É possível testar tudo antes de gastar seus pontos, mas, caso tenha se arrependido de evoluir alguma habilidade, é possível remanejar os pontos livremente. Nesta loja, é possível ver que há opções para mudar as roupas de Dante, bem como o visual das armas, mas a função não estava disponível na demo.
Vale lembrar que a ação do jogo é incessante. Você não tem muito tempo para descansar, já que algum inimigo aparece a todo instante para azucrinar a vida. O ritmo dos combates é um pouco mais lento que o de Bayonetta, o que é bom para realizar combos, mas isso não deixa o jogo menos frenético.
Acertar combos é extremamente importante para a pontuação final – não basta apenas sair apertando o botão como um maníaco compulsivo. O próprio jogo avisa que, se você ficar repetindo os combos, não ganha muitos pontos. O lance é variar o máximo que conseguir e executar combos aéreos. Esquivar e aparar golpes também é fundamental para conseguir uma classificação S. Apesar de não estar disponível na demo, era possível ver a opção de Placar de Líderes online, para você humilhar seus amigos que se acham tão espertos quanto o próprio Dante.
Demônios, Sangue e Muito Bom Humor
Dante continua bocudo como sempre, trollando tudo e todos. O jogo é cheio de piadas e referências hilárias, que não serão comentadas aqui para não estragar a surpresa de ninguém. Mas lembre-se: presta atenção em tudo.
Definitivamente, DmC: Devil May Cry vai marcar o retorno triunfal da série ao PlayStation 3, trazendo um visual incrível e a ousadia e a irreverência digna dos jogos originais lançados para o PS2. Tudo isso acompanhado por uma trilha sonora frenética, que vai deixar você com vontade de aumentar o volume da sua televisão no máximo.
O jogo possui menus e legendas em Português brasileiro. Os Troféus e suas descrições também estão localizados. DmC estará disponível na PlayStation Network em 15 de janeiro, e nas lojas físicas a partir do dia 17. Até lá, você pode ter um gostinho do novo jogo baixando a demo na PlayStation Store nacional.
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