Quantificando Quake: Como o FPS de fantasia mudou os games para sempre

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Quantificando Quake: Como o FPS de fantasia mudou os games para sempre

Com a comemoração do 25º aniversário do game, uma versão melhorada chega para PlayStation hoje. Os desenvolvedores da Bethesda comentam sobre o legado do título.

Em 1996, Quake, da id Software, levou os jogadores para novas dimensões – não apenas para os reinos além da Slipgate, onde os jogadores batalham monstros de outro mundo, mas também para um mundo dos games completamente alterado, e literalmente para a terceira dimensão, com seus gráficos revolucionários em 3D. 

Quantificando Quake: Como o FPS de fantasia mudou os games para sempre

Anunciado na QuakeCon 2021, Quake comemora seu 25º aniversário com sua aguardada estreia em hardware moderno, com um relançamento melhorado do game de tiro que transborda adrenalina, e que mudou tudo. Já disponível para PlayStation 4, com retrocompatibilidade no PlayStation 5, o retorno de Quake não só comemora as origens da franquia, como também reconecta os fãs de FPS com um clássico que deixou sua marca na cultura dos games.

“Você pode escolher quase qualquer parte dos games de hoje e traçá-la de volta ao que originou em Quake,” diz Mike Rubits, programador sênior da id Software. “Em uma época onde as gerações de hardware podem durar apenas meses, Quake se tornaria o padrão que guiaria vários dos primeiros jogos 3D.”

“Quake foi o primeiro verdadeiro jogo de tiro em 3D,” diz Kevin Cloud, produtor executivo da id Software que trabalhou como artista no Doom original, e está na empresa há mais de duas décadas e meia. Entretanto, Quake não foi apenas uma maravilha tecnológica, sua alta velocidade e gameplay que demandava habilidade incrível para dominar passou pelo teste do tempo, e está pronto para uma nova geração de gamers conhecerem.

“Acredito que o que é interessante sobre Quake é sua movimentação rápida e o combate com mecânicas claras e simples”, explica Cloud, com o relançamento preservando aquele elemento que ele chama de “se mover rapidamente, atirando ainda mais rápido”. 

O relançamento 

Os jogadores podem vivenciar a campanha completa para um jogador, além de suas duas expansões, além de suporte para co-op cross-plataforma para até quatro jogadores, deathmatch para até 8 jogadores, além de melhorias na iluminação e nos modelos.

Quem tiver um PlayStation 5 também poderá aproveitar a tecnologia de próxima geração do console. Além de suporte planejado para resolução 4K nativa e 120Hz de taxa de atualização, o que já deve animar qualquer fã de jogos de tiro acelerados, o relançamento de Quake também terá suporte para o controle sem fio DualSense, oferecendo gatilhos adaptáveis, resposta tátil, mira avançada, e áudio do jogo através do alto-falante do controle. “O controle DualSense é um controle fantástico, e estou sempre interessado em ver o que os outros games fazem com ele,” diz Rubits. “Sou um grande fã de mira giratória em jogos de tiro, e os controles de movimento do DualSense são de primeira.”

O relançamento é uma operação conjunta entre a id Software e o Nightdive Studios, que são conhecidos por trazerem games de tiro retrô para plataformas modernas, incluindo o relançamento do clássico cult Doom 64. “Considerando a história deles de modernizar títulos antigos, é difícil pensar numa equipe melhor para este trabalho,” diz Rubits. 

O timing da Nightdive não podia ser melhor, já que a cultura gamer está passando por uma fase de “games de tiro retrô” – com o surgimento de games FPS que acolhem o design veloz e furioso de games do passado como Doom, Wolfenstein, e o Quake original. 

“Acho que Doom (2016) nos mostrou que há uma sede por algo mais veloz, divertido e ‘puro’, de certa forma,” diz Christian Grawert, level designer sênior da MachineGames, que desenvolveram Wolfenstein: The New Order e Wolfenstein II: The New Colossus. “Todos os games de tiro retrô capitalizam neste sucesso também. Isso é algo que encontrará muito em Quake, além de um level design incrível e um bestiário divertido.”  

“Para mim, o melhor destes games enfatizam o movimento além da defesa,” diz o Level Designer da MachineGames, Andrew Yoder. “Mantenha-se em movimento, priorize seus alvos, e fique vivo. Quake possui uma dança, e aprender como se esquivar de um inimigo ou como fazer a ‘Shambler Dance’ é pura diversão.”

A Trilha Sonora 

Outra preservação icônica do relançamento de Quake é sua trilha sonora, composta pelo famoso Trent Reznor e seu conjunto de música industrial, Nine Inch Nails. A música original não só marcou o ritmo de Quake com seu som ambiente etéreo, como também ajudou a empurrar o que era possível na música dos games até a era em que estamos atualmente. 

“Me lembro quando começamos que a criação da música talvez fosse ser um problema, já que tudo até aquele ponto tinha sido música estilo chiptune,” diz Chris Vrenna, baterista do Nine Inch Nails e colaborador da trilha sonora do Quake original, falando sobre a época em que Reznor disse que queriam fazer algo “inovador e legal,” e precisavam de uma nova abordagem.

A solução foi fazer streaming da trilha sonora direto do CD-ROM do game, enquanto ela tocava – exatamente o tipo de solução tecnológica que você esperaria da id Software, cuja reputação de maximizar software é lendária. “Foi realmente algo novo,” diz Vrenna sobre a liberdade que isso os garantiu como músicos. “Você estava ouvindo um álbum ambiental instrumental do Nine Inch Nails que havia sido feito especialmente para jogar com este game.”

O Legado 

Os feitos técnicos e criativos de Quake, embora tenham sido muito importantes, são apenas metade de seu legado. Foi depois que o jogo estava nas mãos dos jogadores que Quake realmente concretizou seu status como game que mudou a indústria.

“Quake foi uma influência enorme sobre nós – e não apenas Quake, como a id Software e mais ou menos tudo que faziam,” diz Jerk Gustafsson, Produtor Executivo da MachineGames. “Entrei nesta indústria graças a um pacote de mapas que criei para Quake II chamado “1964: Echoes of the Past.” Gustafsson foi um de vários desenvolvedores futuros que foram puxados para Quake por outro lado de sua longevidade: a cena dos modders.

“Os games eram algo mais social quando estávamos juntos, tomávamos uma cervejinha e jogávamos – principalmente Doom e Duke Nukem na época. Depois, acertei uma aposta em um jogo local de hóquei e ganhei uma graninha. A princípio queria comprar um papagaio, achava que seria legal ouví-lo falar, mas um dos meus amigos mais próximos me convenceu a comprar um computador em vez disso.”

Um Pentium 90, um modem e uma cópia de Quake depois, e o destino de Gustafsson estava definido. “Foi uma combinação que mudou minha vida para sempre,” ele diz. “Amei o jogo, principalmente os ambientes. Não só joguei, como também estudei o game. Depois, com a ajuda da internet, descobri os mapas criados pelos fãs, e percebi, ‘nossa, posso criar meus próprios mapas!’”

Seja pelos gráficos que desafiaram a época, a ação atemporal, o multiplayer que definiu o gênero, a estética Gótica, a trilha sonora incrível, ou pela influência sobre aqueles que viriam a produzir os games de hoje, não falta o que agradecer à Quake.  

E agora, com o relançamento para PlayStation 4 e PlayStation 5, mais uma geração de jogadores poderão conhecer o que fez este título clássico persistir na mente de tantos, por mais de duas décadas. Para os fãs de games de tiro de longa data e novatos, não há momento melhor do que agora – baixe Quake hoje e veja o que o aguarda do outro lado da Slipgate.

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