Modificações cibernéticas, escolhas amplas e uma ambientação incrível nos deixaram empolgados para 19 de novembro.
Meu tempo com Cyberpunk 2077 começou com um nariz quebrado. Olhando no espelho de um bar cheio de luzes neon vejo V, minha mercenária customizada, e seu nariz, que precisará de tratamento. Tenho a escolha de uma injeção para a dor, ou acabar tudo logo, de forma rápida e dolorosa. É a primeira de muitas escolhas que farei nas quatro horas de prólogo, para ajudar V a construir seu legado em Night City.
Cyberpunk 2077 é um RPG de mundo aberto em primeira pessoa que se passa em um futuro não tão distante onde o que importa no mundo é poder, glamour e, mais importante, modificações cibernéticas. RPGs geralmente têm algum grau de customização, mas em Cyberpunk, isso é um fator essencial para navegar os cantos mais escuros de Night City.
Antes do jogo realmente começar, pude testar o criador de personagens — e o nível de detalhes disponível é impressionante. Independente do tipo corporal, pude escolher que V tivesse uma voz masculina ou feminina, e ajustar detalhes glanulares, como suas marcas cibernéticas, tatuagens e características corporais (incluindo algumas que são privadas demais para compartilhar aqui). É impressionantemente diverso, e estas opções parecem naturais em um mundo tão focado na individualidade.
Minha V começa de nariz quebrado porque escolhi o caminho de Criança de Rua, uma das 3 histórias (outras opções incluem Nômade e Corporativo) que afetam como a jornada de V começa e dá uma perspectiva única enquanto ela interage com os moradores de Night City.
Uma vez que o jogo começa, as modificações cibernéticas abrem novos caminhos para a glória. Subir de nível me dá acesso a uma árvore de perks que podem aumentar minhas capacidades como hacker ou minha força bruta, enquanto os itens cibernéticos me permitem modificar o corpo de V com armas ou buffs mais passivos que podem mudar o curso do jogo.
Um dos meus primeiros modificadores me permitiu hackear tecnologia e enviar um Ping, me alertando para inimigos e posições de câmera dentro da sala, algo essencial para meu arsenal de furtividade. A Monowire instalou chicotes de cabos nos braços de V, dando a ela ataques corpo-a-corpo bastante intensos. Cada mod novo trazia extensões para V, maximizando seu potencial em todos os encontros.
V precisará de toda a ajuda que puder ao enfrentar as diversas ameaças de Night City. A cidade é dividida em distritos, cada um com estilos e facções, como os marginalizados que tentam trabalhar para sair da pobreza, as estilosas gangues de rua anarquistas e os corruptos e asseclas cheios de tecnologia das megacorporações.
V encontra personagens de todos os tipos, com diálogos e escolhas de missões determinando se são amigos ou inimigos. Missões podem se dividir em múltiplas direções, e a violência nem sempre é a resposta.
Em uma missão, fiz um barganha com a gangue dos mais-máquina-que-homens chamada Maelstrom para obter um drone poderoso. Escolhi atacar seu líder e roubar sua arma, o que resultou em eu ter que passar por um armazém cheio de guardas para escapar. Em um segundo jogo, poderia ter me aliado aos Maelstroms, apenas para ser traída depois por meus financiadores, a corporação Militech. Em ainda outra versão, eu poderia ter usado meu próprio dinheiro e feito um acordo sem conflito algum.
Algumas vezes o jogo me permite pausar para considerar o peso de cada resposta, mas geralmente as decisões têm um tempo de resposta limitado, onde o instinto toma conta.
Uma vez que o conflito se torna necessário, Cyberpunk oferece múltiplos caminhos para atingir a vitória, dependendo de sua escolha de habilidades. Força bruta é sempre uma opção. Aumentar as habilidades de Body e Reflex de V irá torná-la um tanque, quebrando tudo nos encontros com inimigos, seja com as tradicionais armas de fogo, com super armas eletromagnéticas ou com armas corpo-a-corpo como canos e katanas.
Acabei tendendo para uma abordagem mais furtiva, investindo nas habilidades Intelligence e Cool (é isso mesmo, tem uma árvore de habilidades “Cool”) para hackear tudo com facilidade. V pode entrar nas câmeras para monitorar salas, ou usar vários dispositivos tecnológicos para distrair inimigos. Mais importante, V pode escolher inimigos e instalar programas chamados “daemons” para virar sua tecnologia contra eles mesmos. Pude selecionar um membro da gangue e fazer sua arma parar de funcionar, ou fazer uma granada explodir após juntar um grupo de inimigos para causar dano máximo.
Sentia que tratava cada encontro novo como um puzzle, tentando determinar a melhor combinação de hacks e combate para limpar as salas, vendo meus planos funcionar com orgulho e determinação.
V não está sozinha em sua jornada. Desde cedo, encontrei um ladrão chamado Jackie Welles, que pisa no calo de um vigarista. Não importa o caminho de vida escolhido, Jackie e V eventualmente se tornam aliados, com Jackie oferecendo apoio em missões ocasionais. Em minha jornada, encontrei mais co-conspiradores tecnólogos, como o netrunner espertalhão T-Bug e o nefasto fumante Dex Deshawn.
Me senti particularmente interessada pela membro da gangue Mox, Judy Alvarez, uma mestre de tecnologia com cabelo arco-íris que ensina V como navegar as “braindances”, oferecendo tecnologia neurológica que me permite reviver memórias, me atendo a detalhes como em um software de edição de vídeos. Cada personagem novo faz Night City parecer mais viva, todos entrelaçados na trama da cidade.
Nenhum personagem chamou mais atenção que Night City em si. Cada canto parece vivo, a ponto de eu poder gastar o tempo todo que tinha para explorar seus becos apertados, boates cheias de neon e prédios imponentes.
A forma mais fácil de se locomover é com rodas, mas acabei andando bastante para poder explorar cada canto, passando por becos cheios de fumaça, bares decrépitos e um ou outro estabelecimento de moral pecaminosa. Perdi a conta de quantas vezes parei para olhar propagandas ou voltei para reparar em um holograma mostrando algo excitante.
Night City também traz uma quantidade surpreendente de verticalidade. Abrir o mapa revelou um modelo 3D da cidade, onde você pode seguir escadarias ou entrar em porões para descobrir novas interações. Distritos são criados com suas própria peculiaridades, como sofás de couro cafonas (vocês tem que ouvir o som que faz quando se senta neles) aos metais lustrosos das partes superiores. Cada sala é um banquete para os olhos, cada cidadão criado com propósito e estilo.
A vontade de explorar misturada à enorme quantidade de customizações fazem Cyberpunk 2077 parecer um parque de diversões, onde cada escolha e modificação corporal dão forma ao mundo de V. Mal posso esperar para voltar para Night City quando Cyberpunk 2077 chegar ao PS4 em 19 de novembro.
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