A Capcom une uma aventura de terror icônica com jogabilidade moderna e consegue resultados excepcionais.
Sonhos de um remake de Resident Evil 2 têm ocupado minha mente desde 2005. A minha imaginação acendeu no instante que destravei o traje Raccoon Police Department de Leon em Resident Evil 4. Ver o sobrevivente em seu uniforme atualizado e detalhado, batalhando ameaças parasíticas com a jogabilidade revolucionária com câmera acima do ombro de RE4 fez minha imaginação correr solta, pensando em como seria ver e jogar um remake de RE2. De volta à 2019, a Capcom entregou aos fãs de expectativa fervorosa aquilo que mais queriam por mais de duas décadas.
O incrível remake de 2002 da Capcom do Resident Evil original é talvez o melhor jogo de terror já feito, então as expectativas sobre qualidade estavam altas perante o remake de RE2. A jogabilidade moderna em terceira pessoa se funde com as mecânicas tradicionais e do terror de sobrevivência. Não deixe o sistema de mira melhorado fazê-lo achar que se trata de um jogo de ação — os zumbis ignoram mais tiros do que nunca. A resistência e agilidade dos inimigos prioriza a evasão sobre a destruição, o que aumenta a tensão de todo encontro. Munição e vida ainda são suas melhores e mais preciosas amigas.
Além das mudanças intuitivas, o remake vem com opções de jogabilidade significativas. Facas podem ser usadas tanto ofensivamente quanto defensivamente como último recurso, com novas opções estratégicas. Um sistema de criação de itens similar ao de RE7 deixa os jogadores criarem a munição que preferem. Muitas pochetes estilosas dos anos 90 podem ser encontradas para aumentar seu inventário. A Capcom acertou os detalhes em cheio e melhora os sistemas de terror de sobrevivência.
O temível Tyrant (aka Mr. X) chega mesmo sem ser convidado na campanha principal de RE2, ao contrário do original de 1998, onde ele esperava para aterrorizar apenas na segunda vez que jogasse. Tyrant é imenso, imbatível, uma ameaça e tanto — e eu adoro ele assim. A arma biológica é um tributo aos filmes slasher injetado em um já intenso apocalipse zumbi. Seus passos pesados e opressivos ecoam pelo departamento de polícia, constantemente lembrando os jogadores de que correm perigo. Sua habilidade de persegui-lo sem fim pelo prédio faz de correr e se esconder em uma sala segura uma sensação mais aliviadora do que nunca. Tyrant é o resumo do que a Capcom acertou neste remake, capitalizando no potencial de jogabilidade do original, e se mantendo fiel ao universo de RE.
Resident Evil 2 foi uma continuação ambiciosa em 1998, ocupando dois discos no PlayStation — um para Leon S. Kennedy e outro para Claire Redfield. Após os jogadores terminarem o jogo com um personagem, podiam viver os terríveis eventos pelo ponto de vista do outro. O remake preserva esta fórmula engenhosa, oferecendo quatro jogos distintos. Jogar RE2 mais de uma vez é onde o título (e a série) realmente brilham, deixando jogadores que começam quase morrendo se tornarem mestres de evasão contra zumbis. Decorar o mapa do departamento de polícia, navegar os esgotos labirínticos, destravar armas bônus (munição ilimitada!) para jogadas subseqûentes faz parte da experiência RE 2 completa.
Mais de 20 anos após o celebrado original, o remake de Resident Evil 2 merece ser a Escolha dos Editores PlayStation, como a definição da experiência de terror. Este remake mostra que a equipe da Capcom — que inventou o gênero em 1996 — ainda merece o título de mestres do terror de sobrevivência. RE2 consegue ser sempre tenso e divertido. E a diversão não acabou — o anúncio recente de ESCAPE me deixou animado para tentar sobreviver em Raccoon City mais uma vez.
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