Entrevista de Puppeteer: Uma Aventura Estranha e Selvagem

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Entrevista de Puppeteer: Uma Aventura Estranha e Selvagem

Puppeteer

O anúncio de Puppeteer na gamescom foi uma verdadeira alegria de se ver – uma nova franquia PlayStation prometendo diversão em plataforma bem colorida, com alguns deliciosos toques sombrios. Depois de quase um mês, o PlayStation.Blog teve a oportunidade de sentar com um controle e ver se ele cumpre essa promessa.

No alto do QG da Sony Japan Studio em Tóquio, o criador Gavin Moore nos acompanhou pelo capítulo de abertura do jogo, onde vimos um jovem e desafortunado rapaz chamado Kutaro ser escravizado pelo diabólico Moon Bear King e ser transformado em um fantoche. Mas preparem-se – essa não é uma história parecida com Pinóquio sobre um heroi destemido embarcando em uma missão animada para (re)ganhar sua forma humana. Longe disso – os primeiros minutos de Puppeteer mostram a cabeça do pobre Kutaro sendo decepada pelo nosso antagonista e seu corpo jogado sem culpa em um porão úmido e sombrio.

E é onde você, jogador, entra. Guiado pelo gato sombrio de pano Ying Yang, você assume o controle de Kutaro e parte em busca de uma nova cabeça, que pode ser encontrada em centenas de variações, cada uma oferecendo uma habilidade ou atributo diferente.

PuppeteerPuppeteer

Na parte que joguei, Kutaro estava dando seus primeiros passos pelo perigoso mundo do jogo, alternando entre uma máscara de aranha e uma de, hum… cheeseburguer. As tarântulas foram persuadidas a sair de seus esconderijos, abrindo áreas secretas, enquanto a última transformou fatias de pão em trampolins para ajudar no progresso do nosso herói.

Por mais que as mecânicas de plataforma estavam absolutamente no ponto (esqueça quaisquer comparações com LittleBigPlanet – esta é uma fera totalmente diferente) e as primeiras áreas foram bastante divertidas de explorar, o que eu achei mais prazeroso foi ver como é o mundo do jogo é sombrio e misterioso.

Sua atmosfera em preto ativa a imaginação do mesmo jeito dos filmes que eu amava quando criança. Pense em Labirinto, O Cristal Encantado e O Estranho Mundo de Jack e você está no caminho certo. É o tipo de coisa que o meu eu de 12 anos amaria, e é bom ver um título orientado para a família explorar um terreno tão sofisticado.

Puppeteer

Na próxima semana terei um novo post com os detalhes sobre como o jogo funciona, mas hoje quero focar em como se formou o ambiente encantador de Puppeteer e o motivo de seu criador ter decidido por uma proposta tão atrevida. Vamos a Gavin Moore…

Fred Dutton, Gerente do PlayStation.Blog Europa: Qual foi a origem do projeto de Puppeteer?

Gavin Moore, Criador de Puppeteer: Eu tenho um filho de oito anos e estava procurando jogos para brincar com ele, mas hoje em dia você não encontra jogos assim. Então, completamente egoísta, decidi criar um jogo para brincar com o meu filho.

Quando jogamos juntos, ele costuma ficar entediado muito rápido por fazer a mesma coisa nos mesmos ambientes. Então ele põe o controle de lado e vai brincar em outro lugar. Então foi tipo, como mantê-lo no sofá para que eu passe mais tempo com ele fazendo algo que eu amo? Eu sabia que tinha que fazer algo que fosse brilhante e visual, e isso mudaria o tempo todo, então ele teria que ver o que está vindo a seguir. Ele iria deixar o controle de lado, já que está esperando qual será a próxima surpresa.

E por isso nasceu Puppeteer, e é por isso que mudamos o cenário a cada cinco ou dez minutos e jogamos situações e personagens diferentes para você.

PSB: Por que decidiu utilizar um teatro de fantoches como cenário?

GM: Bem, eu estava em um show de fantoches japonês, chamado bunraku. As pessoas comentavam “Nossa, é incrível, tão realista – não é incrível como eles mudam o cenário enquanto os personagens ainda estão em cena?” e algo clicou na minha cabeça. Em vez de se mover pelo jogo, o jogo se move por você.

O outro motivo para o ambiente ser um teatro – e é outro motivo egoísta – é que eu chego em casa e quero jogar algo, mas todos estão na cama, pois trabalho até tarde na Sony. Eu gostaria de sentar, passar uma fase, olhar em volta e falar “Olha o papai, ele não é incrível?!” mas ninguém está por lá!

Mas com o teatro de fantoches, eu tenho um público virtual. Sempre haverá alguém torcendo por mim. É ótimo – quando você está em uma situação difícil, o público reage com o que está na tela. Isso ajuda a conduzir suas emoções como um jogador.

Estúdio de PuppeteerEstúdio de Puppeteer

Gavin Moore, diretor de Puppeteer, mostra alguns protóripos de fantoches

PSB: Você disse que não há muitos jogos voltados para as crianças, Por que pensa assim?

GM: Acho que falta jogos para as crianças por conta dos grandes estúdios não os verem como mercado. Eles não acham que aquelas crianças têm dinheiro para ir e comprar um jogo. Mas se você é um pai, tem uma criança, quer comprar um presente para ela, e seu hobby é algo que você quer compartilhar com eles… bem, acho que é algo que muitos dos grandes estúdios perderam o foco.

Eles estão focando seus jogos aos, vamos lá, de 15 ou 25 anos? Não tenho problemas com isso. Mas espere – eu comecei a jogar há 30 anos e tenho um filho agora. Eu ainda jogo e acho que há muitos pais e mães que são jogadores e querem jogar algo com seus filhos. Acho que há um grande mercado nisso.

PSB: O que você acha que faz um bom jogo para crianças?

GM: Acho que algo obscuro. As crianças são mais imaginativas do que seus pais, e os adultos ao seu redor. Não precisa necessariamente ter pôneis e flores todo o tempo. Pode ser um pouco extremo e um pouco obscuro. Você se lembra dos primeiros entretenimentos para crianças? Os contos de fadas dos Grimms. Quer algo mais obscuro que aquilo? São lobos comendo crianças!

Acho que precisa ser um pouco extremo, fazê-los rir e não deve subestimá-los. Como adultos, pensamos que somos melhores que eles, mas as crianças olham para nós e pensam, “Bem, na verdade, você não é.”

PSB: E como você garante que o jogo também será divertido para um público mais velho?

GM: Você deve escreve-lo em dois níveis. Você não pode subestimar as crianças, mas não pode subestimar os adultos também. O lance de Puppeteer é – se você é uma criança, é um conto de fadas sombrio e você pode não entender as piadas. Mas se tem 25 anos, há muita coisa graciosa e extrema ali.

E há muita coisa que gostaria de dizer como um criador. Os jogadores não são tontos. Quando as pessoas que não jogam falam “Ah, é isso que você faz por hobby?” Bem, a maioria deles gosta de ler e é bem educada. Você não pode menosprezá-los.

Estúdio de PuppeteerEstúdio de Puppeteer

Artes conceituais e notas em post-its ocupam as paredes do estúdio de Puppeteer

Por hoje é só, mas volte na próxima semana para saber mais de Gavin sobre o jogo, os modos multiplayer e o uso do 3D estereoscópico.

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