Entrevista com Shuhei Yoshida: O Presente e o Futuro do PS Vita

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Entrevista com Shuhei Yoshida: O Presente e o Futuro do PS Vita

Se você deu uma olhada na galeria de fotos que postei, sabe estive em Tóquio, Japão, na semana passada, cobrindo o primeiro lançamento do PS Vita, e finalmente pude ver esse fabuloso novo hardware nas mãos dos jogadores. Por lá, me encontrei com Shuhei Yoshida, vice-presidente da Sony Computer Entertainment e Presidente da Worldwide Studios, para falar sobre a principal qualidade do PS Vita: ótimos jogos.

Shuhei

PlayStation.Blog: Muitos consideram o lineup de lançamento do PlayStation Vita como um dos melhores da história da nossa companhia. Por quanto tempo você tem trabalhado nessa linha?
Shuhei Yoshida, Presidente, Worldwide Studios: O desenvolvimento completo do hardware do PS Vita começou em 2008, quando o semicondutor estava completo. A coisa boa é que nós [Worldwide Studios] estávamos lá desde o começo para expressas nossas opiniões e reações para o que o hardware propunha. Estávamos lá em cada estágio e com cada protótipo, e desenvolvemos builds de jogos para testar e, algumas vezes, refutar cada nova função, para chegar a um sistema excelente.

Quando Kaz Hirai assumiu a gestão da SCEI, ele trouxe a intenção de integrar totalmente o desenvolvimento de software e hardware. Antes disso, fizemos um hardware brilhante, sem dúvidas, mas nossa equipe de hardware não tinha um bom entendimento sobre o que os desenvolvedores de jogos precisavam, ou quais funções poderiam ser úteis.

É graças a esta maneira de trabalhar que você está vendo um ótimo lineup, utilizando muitas das funções únicas do sistema. E porque nossos desenvolvedores trabalharam com elas desde o momento em que foram concebidas.

PSB: Quão longe você está olhando agora e o que podemos esperar da segunda e terceira fase de lançamentos?
SY: Geralmente consideramos três anos à frente quando trabalhamos em jogos. Nós temos um forte plano para até 2012, pois, como o PS Vita nos dá a oportunidade de trabalhar em títulos pequenos como Escape Plan e Sound Shapes, estou certo de que acabaremos trabalhando em mais jogos do que sabemos até o momento. Além desta linha de lançamento, já anunciamos LittleBigPlanet, Resistance: Burning Skies, ModNation: Road Trip e Killzone.

No passado, lançamos o PSP e então mudamos o nosso foco para o PS3 quando chegou a vez dele, o que hoje consideramos um erro. Então, com o PS Vita, estamos trabalhando numa grande gama de títulos para termos uma excelente base de jogos.

PSB: Realidade Aumentada (RA) já foi usada em alguns ótimos jogos, mas talvez direcionados a um público mais jovem ou mais casual. O que irá convencer os jogadores hardcores de que esta é uma maneira convincente de se jogar?
SY: Uma coisa que sei sobre os jogadores hardcores é que eles odeiam quando tentamos fazê-los engolir uma nova tecnologia. Pode haver uma percepção de que Realidade Aumentada é um chamariz, então temos que dar algo que seja robusto e que melhore genuinamente a experiência. Você está certo sobre a RA pender mais para o lado casual ou jovem, mas não acho que seja algo ruim; acho que ajuda o PS Vita a ser mais relevante para um grupo maior de pessoas. Quanto mais experimentamos, tenho certeza de que veremos uma jogabilidade que realmente beneficia os jogadores hardcores.

PSB: Na condição de alguém incumbido de descobrir novos talentos, não é empolgante para você ver pequenas equipes chegando com jogos convincentes para download e dispositivos móveis?
SY: Com certeza! Meu jogo de PS Vita favorito é uma experiência totalmente imersiva chamada Sound Shapes (que fica ainda melhor quando você joga com fones de ouvido). O jogo foi feito por Jonathan Mak, que criou Everyday Shooter sozinho, fazendo os gráficos e até compondo as músicas. Com este novo jogo ele tem algumas grandes ambições: ele até contratou algumas pessoas!

Eu sou fã destes pequenos desenvolvedores – a melhor coisa é que eles têm experiência em toda a área de planejamento, desenvolvimento e lançamento. Não é igual a sair da escola e ir trabalhar em uma equipe de 100 pessoas, se concentrando sempre em um aspecto particular do jogo. Eles não seguem estas convenções tradicionais da indústria; alguns deles são muito enfáticos sobre tentar quebrar estas regras. Eles são a próxima geração e vão mudar o panorama dos jogos futuramente.

PS Vita: Sound Shapes

PSB: Há algum atributo que você sempre procura em um estúdio que vá trabalhar com PlayStation?
SY: Eu não necessariamente trabalho mais em recrutamento, já que há produtores em nossos estúdios caçando e abordando novos talentos. Cada um tem algo especial que eles procuram, mas paixão é um dos atributos mais comuns. Se um desenvolvedor pergunta a você o que quer que ele desenvolva, esta não é uma boa pergunta; os produtores estão procurando pessoas com convicção nas suas próprias ideias.

PSB: No PlayStation 3, o WorldWide Studios tem mais introduzido novas marcas, enquanto no PS Vita há um mix do novo e do familiar. O que podemos esperar a longo prazo?
SY: As pessoas gostam de ver suas séries favoritas, em parte porque os jogos envolvem aprender mecânicas e desenvolver uma habilidade, e os jogadores querem usar essas habilidades que eles aperfeiçoaram. No entanto, quando apresentamos um novo hardware com interface e opções de conectividade únicas, quase é mais fácil trabalhar em algo completamente novo. Veja o painel de toque traseiro do PS Vita – nós preferimos pensar em como podemos fazer jogos novos com esta função do que procurar maneiras de adicioná-la a algo que já existe.

PSB: Os desenvolvedores afirmaram que é relativamente fácil desenvolver para o PS Vita, mas como você quantifica isso e dá uma perspectiva para nossos leitores?
SY: Se você está a par dos jogos third-party sendo desenvolvidos, então ficará maravilhado com a rapidez com que eles estão chegando. Eu trabalhei com nossa equipe interna de desenvolvimento nos jogos de lançamentos e eles tiveram ciclos maiores, pois eles também estavam, em parte, ajudando no debug dos primeiros protótipos do hardware e do kit de desenvolvimento.

Quando vi os novos desenvolvedores entrando e indo direto para o trabalho nestes sistemas já amadurecidos, não pude acreditar no quão rápido eles faziam seus jogos rodar. Eu nunca vi algo assim antes. Se você quer uma prova concreta disso, estamos lançando o PS Vita aqui no Japão com 24 jogos.

PSB: Quais jogos você acha que serão mais populares no lançamento japonês?
SY: Na verdade, pegamos informações das lojas que fizeram pré-vendas e sabemos que Everybody’s Golf (Nota: por aqui ele é conhecido como Hot Shots Golf) é o mais popular, e que UNCHARTED: Golden Abyss é o número dois. Estou muito orgulhoso de que ambos sejam títulos do Worldwide Studios.

PSB: Há uma percepção de que o gosto dos japoneses para jogos é bem diferentes dos gostos ocidentais. Você acha que haverá uma aproximação?
SY: Os japoneses possuem uma forte preferência local, particularmente com o estilo mangá dos personagens que eles amam. Mas, conforme a tecnologia e a apresentação avançam em jogos como UNCHARTED e Call of Duty, eles estão percebendo o seu devido valor. E também ajuda o fato de a SCEJ ter pago muito dinheiro para colocar Harrison Ford na TV jogando UNCHARTED!

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