Dragon’s Dogma: Dragões e Liberdade Sem Limites

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Dragon’s Dogma: Dragões e Liberdade Sem Limites

Dragon's Dogma para PS3

O pessoal da Capcom tem tradição em lançar novas marcas. Desde que a empresa japonesa apresentou sua primeira série sequencial na metade dos anos 80 com Ghost ‘N Goblins, eles ganharam fama por estabelecer marcas duradouras. Além de títulos lendários como Street Fighter e Mega Man, eles criaram e desenvolveram coisas inovadoras e que estabeleceram tendências, como o gênero survival horror.

Por isso, foi interessante conhecer o produtor de Resident Evil 4 e Devil May Cry, Hiroyuki Kobayashi, durante a gamescom, e assisti-lo demonstrar a última novidade da Capcom: Dragon’s Dogma. O que foi mostrado na tela do pequeno estande não foi não foi um título de luta ou um de ação ou sobrevivência, nem uma nova interpretação do conceito arcade. O que a Capcom anunciou em abril, provavelmente por puro hábito, como um jogo de ação e aventura era, na verdade, o primeiro RPG de mundo aberto nos 33 anos de história da Capcom.

Com Dragon’s Dogma, a Capcom não está exatamente abandonando sua vasta experiência com a jogabilidade de ação. No entanto, a apresentação da gamescom girava em torno dos aspectos mais básicos de um jogo RPG: a formação de grupos para permitir que os jogadores entrem em combate com até três seguidores ou “peões”.

Os Peões são humanoides de outro mundo (sua exata origem faz parte da trama) que os jogadores podem recrutar durante o percurso da jornada. Os desenvolvedores os consideram uma extensão do personagem principal, uma maneira de compensar seus pontos fracos quando eles se embrenham pela jornada iminente.

Um Peão Principal fica ao lado do jogador o durante todo o jogo. Esse companheiro é como um segundo personagem principal que pode ser criado com suas próprias características. Os dois Peões adicionais são adquiridos por meio da função social do jogo: cada jogador pode subir seu Peão para um mundo paralelo (ou seja, um servidor), onde todos os jogadores do mundo podem pesquisar e selecionar o melhor Peão para sua missão atual.

Dragon's Dogma para PS3

Esta função adiciona uma dimensão interessante ao desenvolvimento de personagem: se o seu Peão é recrutado por outro jogador para uma missão, não apenas esse Peão ganha experiência adicional, mas você também recebe uma taxa de “locação” (e você não precisa ficar sem seu Peão principal, mesmo se ele tiver sido locado; ele ainda estará disponível no seu jogo).

Não há dúvidas de que a equipe de Kobayashi sabe como fazer uma jogabilidade com ação empolgando e acessível. Então será interessante ver se a Capcom alcançará o mesmo sucesso elaborando um mundo aberto e um sistema de desenvolvimento de personagens de RPG. Será que o sistema de Peões vai proporcionar profundidade estratégica suficiente? Será que a história será coerente e emocionante como vimos nos títulos anteriores de survival horror, apesar da estrutura de mundo aberto? Será que as Quests vão proporcionar a motivação para colecionar itens, um dos alicerces dos RPGs?

Se as respostas para todas estas perguntas forem afirmativas, então nós devemos dar os parabéns à Capcom, pois ela vai ter criado outra grande série de sucesso. De qualquer forma, nós devemos saudar a tentativa dos desenvolvedores japoneses de criar outra forte marca single-player.

Dragon's Dogma para PS3Dragon's Dogma para PS3

Aqui estão alguns destaques da minha conversa com Kobayashi:

Sobre o potencial de abuso da função social para usar Peões de alto nível de outros jogadores para deixar as primeiras Quests mais fáceis:

Kobayashi: Não, isso não acontece. Recrutar Peões de outros jogadores é restrito, então os seguidores estarão praticamente no mesmo nível que o jogador. No entanto, os jogadores ainda podem usar os Peões para deixar as primeiras Quests mais fáceis, já que eles podem controlar poderes e habilidades de outros jogadores que eles mesmos ainda não obtiveram em seus personagens.

Sobre a competição de grandes MMORPGs com sua profundidade de jogo em massa:

Nós integramos em torno de 400 NPCs no jogo, cada um com sua história e personalidade. Os jogadores vão precisar de tempo para viver cada experiência disponível no jogo. Nós ainda não calculamos as possibilidades oferecidas pelos Peões de outros jogadores, mas a diferença principal, comparado a um RPG online, é que a experiência de jogo é feita sob medida para o jogador. Toda a trama se desdobra para ele sozinho. Não é uma questão de começar em um mundo populoso e terminar Quest por Quest, nível por nível.

Sobre utilizar a experiência adquirida nos gêneros de ação e horror como Resident Evil 4 e Devil May Cry:

Dragon’s Dogma será um experiência totalmente nova em muitos aspectos. Primeiramente, nós estamos criando o primeiro jogo de mundo aberto não apenas da nossa equipe, mas também de toda a Capcom. Então, naturalmente, o jogo é ambientado em uma mitologia muito diferente. É claro que os jogadores enfrentam monstros, mas nossa aventura é mais voltada para dragões do que para demônios e zumbis. Mas nós vamos usar a experiência que adquirimos nos jogos de ação para a jogabilidade.

Sobre a ênfase durante o desenvolvimento:

Desde o início, nossa meta era criar um mundo de fantasia e fazer parecer o mais realístico possível, então foi importante dar aos jogadores uma vasta liberdade. No entanto, o fator de causa e efeito sempre deve ser mantido: é crucial que toda ação tenha sua consequência.

Dragon’s Dogma será lançado em 2012 para PlayStation 3.

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