Eu estou muito feliz com o lançamento próximo de Mortal Kombat Arcade Kollection, que chega à PSN brasileira no dia 13 de setembro. MKAK é uma ótima maneira de reviver os Mortal Kombats clássicos de arcade no conforto do seu lar, mas outra coisa que me deixa feliz é que os jogadores que curtiram o novo Mortal Kombat este ano logo poderão jogar os primeiros três jogos que definiram as bases para toda a série.
Eu conheci Mortal Kombat no dia 20 de abril de 1992. Eu tinha acabado de sair da escola de arte e estava começando minha carreira na Williams/Bally/Midway. Lembro de estar maravilhado por estar no prédio onde alguns dos meus jogos favoritos foram criados: Narc, Robotron, Defender e Smash TV, para citar alguns. Mortal Kombat ainda seria lançado. No entanto, havia alguns protótipos de MK pelas salas da Midway para a gente testar. Eu lembro que fiquei encantado no meu primeiro contato com Mortal Kombat. O que mais me impressionou foi o tamanho dos personagens digitalizados na tela. Eles eram grandes! Eu me lembro de escolher Kano como meu primeiro personagem: eu era fãzasso de Exterminador do Futuro na época, então a escolha foi óbvia. Também lembro da empolgação com que eu trabalhava (e jogava) junto com os caras que criaram o jogo. Uns dias depois, conheci os atores que foram filmados para o jogo. John Tobias e Ed Boon levaram todo o elenco de personagens para capturar as sequências de biografia que rolavam durante a tela de demonstração. É engraçado como tudo tinha um baixo orçamento. Tudo foi filmado no corredor onde testávamos os jogos, e com uma câmera barata, algumas luzes e um pedaço de pano azul como fundo. Foi um situação muito banda-de-garagem, mas eu lembro do meu encantamento por estar testemunhado a criação de algo grande, sem nem imaginar o quão grande Mortal Kombat se tornaria.
Neste vídeo, o designer de som de Mortal Kombat já há tempos, Dan Forden, fala sobre a origem do “Toasty!”, uma das referências mais celebradas na história dos videogames.
Mortal Kombat II foi divertido porque tive a oportunidade de ver a equipe criar o jogo desde o zero. Eu estava trabalhando em outro jogo daquela vez, mas, pouco a pouco, me tornei amigo de Tobias, Ed e Tony Goskie. Tony é um ótimo artista que baseia seu talento no surrealismo; a introdução de Mortal Kombat para o Outrworld foi o desafio perfeito para Tony. Por sorte, meu escritório era ao lado do de Tony, então tive a oportunidade de vê-lo criar alguns dos ambientes mais emblemáticos do jogo. Lembro a decepção de Tony quando ele teve que remover um Shokan de quatro braços crucificado da fase Wastelands. Pensamos que seria um elemento interessante no plano de fundo, mas a empresa achou que poderia parecer um sacrilégio. Uma das melhores lembranças que tenho de Mortal Kombat II foi quando eles me pediram para ser um dos monges flutuantes no plano de fundo da Torre. Não dá para ver que sou eu enrolado naquelas roupas, mas na época, enchi o saco de todo mundo que conhecia falando que participei do último Mortal Kombat!
Neste video, o diretor de criação e cocriador Ed Boon fala sobre a criação do icônico logo com o medalhão de dragão.
Mortal Kombat 3 é especial para mim pois foi o primeiro Mortal Kombat em que atuei como artista. Fiquei honrado que John e Ed me chamaram para integrar a equipe. Eu basicamente trabalhei ao lado de John, lapidando os personagens, construindo as roupas e criando efeitos especiais. Fazer Mortal Kombat 3 foi muito divertido. Nós nos matamos de trabalhar, viramos muitas noites. Construir os personagens foi o mais legal. Dessa vez nós criamos tudo em 3D, mas lá atrás, tínhamos que contar com lojas de esportes, artigos militares, halloween e muita fita-adesiva. Foi sensacional juntar as roupas dos ciborgues: era uma misturada de roupas de MotoCross BMX, proteção de hóquei, fita-adesiva e tubos de borracha. Por ser essa gambiarra toda, fico muito contente de ver como Sektor e Cyrax ficaram. A propósito, antes deles serem chamados de Sektor e Cyrax, John Vogel os chamava de Ketchup e Mustard.
Neste video, o artista, animador e ator para captura de movimentos Carlos Pesina lembra como sua mãe reagiu à sua escolha de carreira.
Sinto-me muito honrado por ainda trabalhar na série Mortal Kombat. Eu amo o universo Mortal Kombat e todas as pessoas talentosas com quem eu trabalho todo dia. Além disso, sinto que temos os melhores fãs em videogames. Eles são extremamente devotados e nossa equipe realmente agradece por essa devoção de (quase) 20 anos. Meu sincero obrigado.
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