5 razões pela qual você não joga o side-scroller fenomenal da Motion Twin, ele joga você.
Numa primeira impressão, o aclamado jogo de plataforma roguelike da Motion Twin, Dead Cells, pode ser acusado de ter pouco conteúdo – apenas alguns ‘biomas’ e quatro chefes para aprender. Mas de algum jeito, o intrépido estúdio Francês entregou o jogo que passei mais tempo jogando em 2018 – um game que te prende e recusa a soltá-lo.
Nos meses desde seu lançamento, ele se tornou um dos meus maiores confortos – não consigo largar. Como ele consegue, tendo tão pouco conteúdo, me prender tanto? Vamos analizar:
Sensação de jogo ‘perfeito’
Pense num jogo. Esqueça a história, design de fases e visual. O simples ato de se movimentar e interagir com o mundo desse jogo seria divertido? Se a resposta for sim, é disso que estou falando. É uma qualidade rara, mas Dead Cells acerta em cheio.
A movimentação em Dead Cells é extremamente polida, cada ação oferece a quantidade certa de feedback. A maneira que as portas se quebram como madeira quando as atravessa; a chuva de ouro quando você abre uma caixa de tesouro; o barulho mecânico dos elevadores do jogo ligando. Toda interação parece viva.
Consegue pensar num som melhor de ‘ground pound’ em qualquer jogo do que aquele “THHHHUNK” que o protagonista sem nome faz quando se joga contra o chão? Talvez seja equivalente ao barulho de kratos pegando seu machado de volta como o som mais prazeroso vindo de um botão pressionado em 2018.
Já que Dead Cells pede que você jogue as mesmas fases várias vezes repetidas com recompensas incrementais, sua sensação é central ao sucesso do jogo. É um jogo onde a jornada – e não o destino – é a recompensa. E esta jornada é um loop, não uma linha reta, então vamos dar voltas…
Segredos, charadas e rumores
Dead Cells não esconde suas influências. Seu design de fases é feito do mesmo tecido de Castlevania; sua engine de geração processual veste o chapéu de Spelunky; e o mundo oblíquo, onde menos é mais é puro Dark Souls.
É um jogo cheio de segredos e charadas. Quem é o protagonista? Onde está? O que há por trás de todas essas portas trancadas? O que – e, mais importante, onde está – a criatura que escapou dos Toxic Sewers? Dead Cells não está com pressa de mostrar tudo que tem para oferecer, e mesmo na 213ª vez que jogo, ainda encontro surpresas.
Um amigo recentemente se gabou de ter encontrado uma sala escondida com uma fogueira estilo Dark Soul que mudaria o jogo. Novidade para mim – e quanto mais jogava sem encontrá-la, mais suspeitava que não passasse de um rumor que pegou fogo e se espalhou rapidamente pela internet. Então, após umas 80 horas de jogo, rolei por um buraco na parede e encontrei a sala exatamente como ele descreveu.
Cada vez que jogo, Dead Cells responde algumas perguntas, e faz mais algumas, se recusando a deixá-lo parar de jogar.
Preciso. Colecionar. Tudo.
Os games vem, através dos anos, usando todo tipo de infográficos e tabelas elaboradas para comunicar aos jogadores sua progressão. Alguns são elegantes, outros causam dores de cabeça – mas nenhum é tão prazeroso quanto Dead Cells.
no começo de cada jogo, logo do lado de fora da porta da primeira área, seus power-ups acumulados estão pendurados do teto, em jarros de vidro, brilhando contra a luz das tochas. É uma mecanica visual linda.
A parte trágica? Alguns dos jarros estão vazios. Um espaço vago onde algo precioso deveria estar. Se chegar perto da TV pode até ouví-las sussurrando: “Encha-me. Encha-me. Encha-me”. Então, não importa o quanto tenha apanhado no seu jogo mais recente, você fica com vontade de voltar para tentar mais uma vez encontrar algo novo.
As escolhas importam
Algumas partes de Dead Cells realmente não curto. Os Toxic Sewers são muito difíceis; a luta contra o chefe Conjunctivius não é o meu estilo de jogo; e quando tento usar a maldita Broad Swrod sinto como se tivesse com uma colher enferrujada como arma.
E tudo bem, já que o jogo não força você a passar por nada disso acima. A experiência é quase completamente customizável, da rota que toma pelo jogo aos itens que pega.
Se quiser ficar na sua zona de conforto e spammar habilidades de tiro à distância, testar alguns dos poderes mais esotéricos do jogo, ou levantar as mãos e sair correndo tentando completar speed-run – Dead Cells te ajudará, oferecendo uma experiência diferente sempre que começar.
Uma curva de aprendizado perfeita
Como qualquer grande jogo, Dead Cells é o tipo “fácil de aprender, difícil de dominar”. Ele gradualmente de entrega itens, poderes e experiência até que, sem perceber, você evoluiu de um fracote para um agente mutante de destruição em massa. É um jogo onde você está constantemente melhorando – mesmo quando está falhando miseravelmente.
me lembro de comparar notas com colegas no primeiro fim de semana após o lançamento. Tinha jogado por oito horas e encontrado o primeiro chefe algumas vezes. Não podia nem imaginar que algum dia eu conseguiria derrotá-lo. 80 horas depois e é super fácil.
Agora me sinto da mesma maneira em relação ao Hand of the King no NG+. Cada vez que o enfrento, duro alguns segundos a mais. E no caminho da derrota, melhoro minhas habilidades, minha estatística de RNG, destravo um novo item ou dois, e chego um milímetro mais perto da vitória. Qualquer dia desses, vou conseguir até “terminar” o jogo e ficar satisfeito. Certo?
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