Fugir é melhor que lutar para as 7 pessoas comuns que tentam escapar de um super guerreiro
A equipe da Dimps conhece muito bem os jogos de Dragon Ball. Eles estiveram à frente no desenvolvimento de vários jogos, como as séries Dragon Ball Xenoverse, Dragon Ball Z Budokai Tenkaichi e Super Dragon Ball Heroes. Desde o gênero de jogos de luta ao TCG (Trading Card Game, jogo de cartas colecionáveis), eles entendem o poder do universo de Dragon Ball de várias formas, e agora encaram o desafio de criar um jogo de sobrevivência multiplayer assimétrico!
Dragon Ball: The Breakers é o mais novo jogo desenvolvido pela equipe da Dimps e será lançado para PS4 no dia 14 de outubro de 2022. Antes do lançamento, queremos dar aos fãs de Dragon Ball e de jogos de sobrevivência uma oportunidade de saber mais sobre os bastidores do desenvolvimento com uma entrevista exclusiva com a equipe da Dimps e o próprio produtor da Bandai Namco Entertainment, Ryosuke Hara!
Obrigado por se juntarem a nós para uma entrevista em um momento tão incrível para Dragon Ball: The Breakers! Por favor, apresentem-se e digam qual o seu papel no jogo.
Ryosuke Hara: Olá, eu sou Ryosuke Hara, produtor na Bandai Namco Entertainment Inc.
Yoshiya Otsuka: É um prazer conhecê-lo. Eu sou Yoshiya Otsuka, desenvolvedor na Dimps Corporation.
A gente tá bem empolgado para essa entrevista! Como você trabalha na produção de vários títulos de Dragon Ball, a gente quer saber o que deixa você mais animado em trabalhar com Dragon Ball: The Breakers?
RH: De uma perspectiva maior, o fato de estarmos enfrentando o desafio de criar um jogo de Dragon Ball nunca feito antes já é algo incrível. Apesar dos desafios por conta da natureza inédita do projeto, a gente tem se divertido de uma maneira única em relação aos produtores dos outros jogos de Dragon Ball. Já de uma perspectiva menor, como eu sou um fã de Dragon Ball, é incrível passar o tempo pensando nos tipos de visuais de invasores e sobreviventes para adicionar ou nas habilidades que podemos incluir para deixar as coisas mais interessantes. Sempre que faço isso, eu percebo que o encanto de Dragon Ball é imensurável e que ainda temos muito para explorar disso tudo.
Ter mais de 20 anos de experiência desenvolvendo jogos de Dragon Ball é um marco incrível para a Dimps. O que deixa você mais feliz em trabalhar com Dragon Ball: The Breakers?
YO: O que mais me deixa feliz é que esse é um projeto completamente diferente dos jogos anteriores de Dragon Ball. Os jogos de Dragon Ball eram tradicionalmente um contra um, ou jogos nos quais quem joga luta em equipes com o mesmo número de pessoas. Contudo, esse jogo é um jogo de ação assimétrica de um contra sete que desafia o gênero de forma inédita. Além disso, em vez de controlar os personagens principais como Goku e Vegeta, você controla pessoas comuns no mundo de Dragon Ball, como Bulma e Oolong, que não eram jogáveis nos outros jogos da série. Esperamos que quem jogar goste desse mundo de Dragon Ball, que não era possível de ser vivenciado nos jogos anteriores.
Agora a gente quer muito fazer algumas perguntas a vocês dois para saber mais sobre o processo de desenvolvimento. Para começar, quais foram algumas das considerações que vieram à mente de vocês para desenvolver um jogo de sobrevivência multiplayer assimétrico com 7 sobreviventes tentando escapar de 1 invasor superpoderoso?
RH: O principal é a “enorme diferença de força entre personagens” típica de Dragon Ball. Hoje em dia existem muitos jogos de luta assimétricos, mas eu não acho que exista um jogo onde personagens do mesmo universo têm uma diferença de força tão grande quanto em Dragon Ball.
YO: O cuidado para fazer um jogo assimétrico de 1 vs 7 balanceado que passasse essa “enorme diferença de poder típica de Dragon Ball” foi um dos elementos mais importantes. Num primeiro momento, pode parecer contraditório querer alcançar essa diferença de força e buscar balanceamento, mas se esse equilíbrio não for alcançado, o jogo não vai funcionar. Mesmo agora, próximo do lançamento, nós ainda estamos balanceando várias coisas por meio de testes. E vamos continuar modificando o jogo após o lançamento. O ajuste constante de equilíbrio enquanto adicionamos novos personagens é muito importante.
Nas partidas, os sobreviventes podem encontrar um dos três invasores: Cell, Freeza ou Majin Boo. Quando a partida começa, o invasor aparece na sua primeira forma e então evolui conforme o tempo passa. Esse é um elemento muito divertido e dinâmico dos jogos de sobrevivência, e neste jogo isso permite que quem controla o invasor evolua sua estratégia ao longo da partida. Isso também cria um senso de urgência entre os sobreviventes no jogo! Como a equipe de vocês implementou os conceitos de cada forma em cada um dos invasores?
RH: Resumidamente, diferenciamos os estilos de jogo da seguinte forma:
Cell: “Tipo completo”, com desenvolvimento acelerado e boas habilidades de rastreio
Freeza: “Tipo técnico”, no qual a chave é o uso das habilidades de rastreio
Boo: “Tipo alto risco e alta recompensa” que evolui lentamente mas caça sobreviventes de uma vez após a metade da partida
Qual invasor é o favorito de vocês e por quê?
RH: Gosto mais do Freeza. Eu posso usar as habilidades dele para colocar Zarbon e Dodoria em qualquer lugar do mapa. Posso posicioná-los na intenção de fazer com que sobreviventes escondidos apareçam ou colocá-los na frente de sobreviventes derrotados para impedir que eles sejam ressuscitados por outros sobreviventes. O Freeza é divertido de usar porque ele oferece uma grande variedade de estratégias.
YO: Eu diria que prefiro o Cell. Quando você escolhe o Cell e a partida inicia com ele na forma de larva… é aí que você sente algo que só pode sentir neste jogo. De certa forma, o Cell é um personagem que representa o jogo, então, espero que você escolha o Cell e que lute para ir da forma de larva até a forma final.
Captura não é de gameplay.
The Breakers traz um diferencial especial do gênero de sobrevivência já que o objetivo do sobrevivente é escapar em vez de focar na batalha. Qual foi a razão para esse elemento do jogo?
RH: A BNE já produziu muitos jogos de Dragon Ball. A maioria deles focou nas batalhas e em recontar a história original. Apesar de eu saber que isso era esperado, já que essa é a imagem de Dragon Ball e o que faz tantas pessoas gostarem dos jogos, eu também me perguntei se isso era mesmo o único apelo da série, e eu sempre tive a sensação de que não era. Eu percebi que a ameaça das batalhas entre super guerreiros poderia ser mais forte, não pelo ponto de vista de personagens poderosos, mas pela perspectiva de pessoas comuns, como Bulma e Oolong, que não têm superpoderes e não participam de batalhas. Além disso, o gênero de “batalhas assimétricas” já era bem conhecido na indústria, e o desenvolvimento desse jogo começou pela perspectiva de que a combinação do gênero de sobrevivência com batalhas assimétricas poderia agregar valor e sinergia à franquia.
Em The Breakers, há uma mecânica de jogo chamada Dragon Change. Com ela, os sobreviventes emprestam temporariamente os poderes dos guerreiros Z, mas isso é geralmente utilizado como uma maneira de escapar em vez de batalhar. Isso é diferente dos outros jogos de Dragon Ball com foco nas lutas. Como foi criar personagens sobreviventes que, em essência, não possuem superpoderes?
YO: Para produzirmos o conceito da “enorme diferença de poder típica de Dragon Ball” criado pelo Hara-san, demos destaque ao desenvolvimento das “mecânicas de fuga”, que combinam bem mais com esse conceito do que o foco nas batalhas presente nos jogos anteriores. Além disso, ter pessoas comuns do universo de Dragon Ball fazendo parte do jogo, como a Bulma e o Oolong, resultou numa experiência jamais vista em um jogo que se baseia na história original.
De que outras maneiras esse jogo traz elementos de Dragon Ball que integram ele ao universo da franquia? (Sendo mais específico, que elementos icônicos e momentos da história de Dragon Ball os jogadores podem esperar ver ao passar pelos diferentes mapas e partidas?)
RH: Dragon Ball: The Breakers traz uma perspectiva diferente dos jogos de Dragon Ball anteriores, com elementos que simbolizam a história original espalhados pelo jogo. Os exemplos mais claros são a Bulma, o Oolong e o Fazendeiro, que não possuem superpoderes. As características e habilidades únicas desses personagens não seriam utilizadas nos jogos de batalha, mas esse jogo foi criado de uma maneira que tira vantagem do potencial deles. Da perspectiva dos invasores, o processo de evolução, a destruição de áreas inteiras do mapa, derrotar civis e outras experiências envolvendo a exploração das regiões controlando um vilão, tudo isso são maneiras novas de viver diversas situações da história original. Existem muitos outros elementos que favorecem isso no jogo, como invocar Shenlong com as 7 Esferas do Dragão, várias habilidades especiais, Dragon Changes etc. Espero que experimentem tudo isso quando jogarem.
Por último, seria ótimo terminarmos com uma dica divertida para os fãs! O que vocês recomendam para a gente jogando tanto como invasor quanto como sobrevivente?
RH: A gente acredita que a maneira mais rápida de derrotar sobreviventes seja utilizar os próprios olhos e ouvidos dos invasores para procurar alvos, além de usar suas habilidades e comandos especiais. Os ouvidos tendem a ser ignorados, então esperamos que vocês joguem com fones e que usem isso para localizar sobreviventes de maneira eficiente. É importante que os sobreviventes simulem com antecedência o que irão fazer quando forem atacados por invasores. De início, eles podem tentar escapar correndo, mas os invasores logo vão conseguir alcançá-los, então a gente recomenda que descubram e personalizem sua própria maneira de fugir assim que entenderem as características de suas habilidades.
YO: Os sobreviventes vão gostar de cooperar entre si para conseguir fugir, mas existem muitas maneiras das pessoas se comunicarem enquanto jogam, como emblemas, emotes e sinais. Esperamos que aproveitem o jogo fazendo uso desses elementos. E tomara que gostem do jogo tanto quanto gostamos. Quem controlar o Cell ou o Freeza também vai poder, a qualquer momento, reproduzir frases famosas da história original. Fazer isso em situações similares às da história é outra maneira divertida de aproveitar o jogo! Nós vamos colocar isso tudo no jogo futuramente, então esperamos que vocês continuem se divertindo com ele por muito tempo.
Muito obrigado por compartilharem um tempo para conversar sobre Dragon Ball: The Breakers em detalhes enquanto a gente se prepara para o lançamento do jogo no PS4 em 14 de outubro de 2022!
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