Bem, o que eu posso dizer? A Rebellion pode ter sido formada em 1992, mas esta certamente deve ser uma das semanas mais empolgantes da nossa história. Afinal, não é todo dia que você pode estrear o seu novo (e totalmente secreto) projeto na E3, e ainda mais vê-lo rodar em algo incrível como o Project Morpheus.
Mas, antes de eu entrar em detalhes, vamos começar com um pequeno quiz de história!
Eu sei, provavelmente não é o que você estava esperando — é a E3, afinal de contas, eu deveria estar dizendo pra você ver nossas primeiras imagens, certo?
Bem, sim e não!
Pra muitos de vocês, o Project Morpheus e os jogos de realidade virtual são uma grande e excitante mudança na tecnologia de games. A E3 é uma celebração de arte e criatividade incríveis, então é natural que a RV (realidade virtual) tenha um papel importante no evento desse ano.
Mas a E3 também diz respeito principalmente ao futuro dos games, e algumas vezes nós precisamos apreciar e olhar pro passado dos jogos. A indústria pode não ser tão antiga quanto a do cinema, teatro e outras artes, mas isso não significa que não devemos apreciar nossa herança cultural!
A verdade é que a RV não é exatamente novidade, ela apenas tem evoluído continuamente — quebrando as ondas, até 2015, onde ela finalmente está prestes a chegar ao mainstream.
Mas, de qualquer forma, de volta ao quiz sobre história!
Então, quando é que apareceu o primeiro jogo de realidade virtual?
Começo dos anos 2000? Não. Nos anos 90? Tente de novo. Bem, tem que ser nos anos 80, então? Sim, mas exatamente – foi em 1980, pra falar a verdade. 35 anos atrás.
Como centenas de milhares de gamers em 1980, meu irmão Chris (Kingsley, co-fundador da Rebellion e CTO da empresa até hoje) e eu fomos ao fliperama local pra sermos transportados pra outro mundo – um mundo virtual.
Esse mundo era um jogo feito pela Atari chamado Battlezone.
No entanto, os seus famosos vetores verdes e pretos e o combate tático com tanques não eram o que fazim dele algo especial – era a máquina do arcade em si. Os jogadores olhavam para o jogo da perspectiva de um comandante de tanque, usando um visor de periscópio construído na máquina. Combinado com os gráficos pseudo-3D do jogo, o Battlezone é hoje considerado por muitos o primeiro jogo de realidade virtual.
Ele era igualmente rudimentar e revolucionário. O isolamento do mundo ao redor, a percepção de profundidade e “estar” naquele mundo – mesmo um mundo simples -, não havia nada como aquilo na época. E sem o Battlezone e aquela sensação de ficar maravilhado com as possibilidades infinitas, Chris e eu talvez nunca tivéssemos começado a fazer nossos próprios jogos, ou criado a Rebellion.
Pulamos para 2013 e a Atari anunciou que iria vender muitas das suas propriedades intelectuais em leilão, e Chris e eu estávamos lá. Quando acabou, o Battlezone era nosso. Nós não podíamos acreditar! Ali estava nossa chance de trabalhar em um dos nossos jogos mais amados de todos os termpos, e fazer nossa parte em uma nova era de jogos de realidade virtual.
Mais cedo este ano nós demos à nossa equipe do estúdio de Oxford a tarefa de reiniciar um dos títulos seminais da história dos videogames para uma nova geração de realidade virtual nos games. A RV, claro, é um desafio empolgante – você tem que jogar fora inúmeras regras do design de jogos e começar de novo. Nesse ponto, o PlayStation nos deu um apoio fantástico – nos fornecendo muitos kits de desenvolvedor para Morpheus e conversando com os nossos designers e coders regularmente pra nos ajudar a desenvolver nessa nova plataforma.
Se conseguirmos capturar aquela mesma emoção revolucionária do Battlezone original para uma geração completamente nova de jogadores, então teremos deixado a história dos games orgulhosa. É realmente impossível descrever uma experiência de RV com palavras – ou mesmo vídeo – então eu encorajo você a testar no Morpheus na E3 ou em futuros eventos, e pular no cockpit Cobra do Battlezone e fazer um test drive do veículo mais poderoso da galáxia pessoalmente!
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