A História Por Trás da Trilha Sonora Assombrada de Bloodborne

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A História Por Trás da Trilha Sonora Assombrada de Bloodborne

Como qualquer sobrevivente de Bloodborne confirmará, as lutas contra os chefões do jogo são casos sérios, elevados a um senso palpável de terror pela épica trilha sonora. O ambicioso projeto musical foi uma colaboração global, entre o JAPAN Studio, From Software e o Product Development Services Group (PDSG) da SCEA, sendo gravado no famosso AIR Studios, em Londres.

Bloodborne: The Story of the Score

E agora você pode fazer o seu coração bater mais rápido até mesmo quando não estiver jogando, com a trilha disponível pra ser ouvida sozinha – dos golpes orquestrados de “Blood-starved Beast” ao descanso de “Hunter’s Dream”.

Para celebrar o lançamento em CD e em cópias digitais da trilha sonora original de Bloodborne e saber um pouco mais sobre como ela foi feita, o Blog do PlayStation falou com Tsukasa Saitoh, Yuka Kitamura e Nobuyoshi Suzuki, da equipe de som da From Software; com o compositor Ryan Amon, que já compôs a trilha sonora de Elysium, de Neill Blomkamp; e com Peter Scaturro, da PDSG.

Parabéns pelo lançamento em CD e em versão digital da trilha sonora original de Bloodborne! Quais influências e inspirações moldaram o estilo e a composição da trilha sonora de Bloodborne?
Ryan Amon: Visualmente, houve um cruzamento da Inglaterra vitoriana com o estilo gótico, com uma pitada de fantasia. Os desenvolvedores do game discutiram certos elementos musicais que achavam que representariam bem o mundo de Bloodborne, e as cores da arte influenciaram muito na decisão das cores da trilha, para mim. Drácula, de Bram Stoker, também foi uma das primeiras trilhas sonoras que comprei quando eu era mais novo, e o falecimento recente do compositor Wojciech Kilar, em 2013, foi algo que eu quis homenagear de meu próprio jeito.

Tsukasa Saitoh: Aproveitamos as palavras chave “combate mortal” e “horror”, que foram determinadas no começo do desenvolvimento, e também aproveitamos as imagens de coisas como os chefes e os projetos de mapa. Para expressar o ambiente vitoriano do começo do século passado, decidimos excluir órgãos, instrumentos de sopro e certos instrumentos de metal, como trompete, e assim por diante. Ao invés de algo grandioso, buscamos uma atmosfera negra e enevoada.

A música em Bloodborne foi altamente elogiada por aprimorar o mundo e a atmosfera do game. O roteiro fez parte do briefing para a música?
Ryan Amon: Nós conversamos sobre a história e porque o personagem principal está em sua jornada, e o fato de que ninguém realmente lhe ajuda nesta jornada. Houve muita ênfase em capturar os pequenos e intuitivos detalhes do mundo, especialmente a solidão e a beleza puída dela.

Bloodborne: The Story of the Score

(Da esquerda para a direita) Tsukasa Saitoh, Nobuyoshi Suzuki, Yuka Kitamura, Ryan Amon e Peter Scaturro

Cada batalha de chefe tem seu próprio e intenso tema. Quanto o design e o histórico de cada chefe específico afetou o modo como vocês compuseram a música?
Nobuyoshi Suzuki: O design e o histórico tiveram um grande efeito sobre mim. “The One Reborn”, que eu compus a música, é uma figura fantasmagórica de um ritual de sacrifício em massa, e o sentimento de horror e de algo nojento eram as premissas, com temas superiores de adorno e realeza. Então comecei com a imagem simples de usar profundos riffs de baixo para evocar uma sensação de realeza, e o coro para expressar adornos, e daí comecei a compor.

Yuka Kitamura: Durante a composição do tema de (passe o mouse para revelar o spoiler) Ebrietas, Daughter of the Cosmos, eu imaginei temas do universo, de finitude, de algo divino, e me enchi de visões sobre o final do mundo, enquanto eu trabalhava naquela música.

Quais foram alguns dos desafios de trabalhar com compositores e intérpretes em três continentes diferentes?
Peter Scaturro: Falar sobre música é um desafio em qualquer projeto, mas este foi particularmente único porque a barreira do idioma colocou outro nível de potencial erro de interpretação. Neste sentido, a equipe de produção no JAPAN Studio foi fundamental para o sucesso da trilha.

Bloodborne: The Story of the Score

E quais foram os benefícios de trabalhar deste modo?
Peter Scaturro: Acho que todos nós ganhamos com a troca de ideias entre culturas que ocorreu durante este projeto. Os compositores japoneses aportaram uma abordagem diferente para a música, que foi bem estimulante. E eu acho que os compositores dos Estados Unidos puderam injetar um pouco da sensibilidade de uma trilha sonora moderna. Estamos muito orgulhosos da fusão de ideias que se apresentou na trilha de Bloodborne.

A música que você compôs para Bloodborne poderá assustar os pesadelos dos gamers por muitos anos. Como vocês se sentem sobre isso?
Tsukasa Saitoh: É uma grande honra. Espero que os fãs adentrem profundamente no mundo de Bloodborne que ouvir a música, mesmo quando não estiverem jogando, vai despertar muitos pesadelos preciosos!

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